A guerra presidencial de 2014 começou num front inusitado

Com dois anos de antecedência, Dilma Rousseff escolheu como campo de batalha inaugural uma conta de luz. Arrastou os adversários tucanos para o velho e escorregadio terreno em que a marquetagem brinca de rico contra pobre. Ou vice-versa.

Nesta quarta (5), discursando para uma plateia de ricos industriais, Dilma insinuou que o tucanato conspira contra os consumidores e trabalhadores pobres. Ouça-se a candidata à reeleição: 
“Reduzir o preço da energia é decisão da qual o governo federal não recuará, apesar de lamentar profundamente a imensa insensibilidade daqueles que não percebem a importância disso agora para garantir que nosso país cresça de forma sustentável.”
Na véspera do feriado de 7 de Setembro, Dilma levara o rosto à tevê para prometer que seu governo baixaria o preço das contas de luz no início do ano pré-eleitoral de 2013. Algo que dependeria de uma repactuação com as empresas concessionárias de energia. O que ela está dizendo agora, com outras palavras, é que tem aí uns malvados que querem impedi-la de exercitar sua bondade.
Nessa versão, os estorvos seriam os governadores tucanos Geraldo Alckmin (São Paulo), Antonio Anastasia (Minas Gerais) e Beto Richa (Paraná). A tróica impediu que as estatais elétricas dos seus Estados aderissem ao plano redentor que levaria ao barateamento da energia. Fizeram isso porque acomodam as conveniências do presidenciável tucano Aécio Neves acima dos interesses do país.
Ao dizer que não recuará, Dilma informa que vai baixar o preço da conta de luz na marra. “Isso vai onerar bastante o governo federal”, declarou, sob aplausos. “Quando perguntarem para onde vão os recursos orçamentários do governo, uma parte irá para suprir, para a indústria brasileira e para a população brasileira, aquilo que outros não tiveram a sensibilidade de fazer.”
Dilma levanta agora uma bola que será cortada mais adiante por João Santana, o marqueteiro do PT. Os gestores tucanos invocam razões econômico-financeiras para refugar a repactuação energética sugerida por Dilma. Coisa técnica, difícil de ser trocada em miúdos. Na língua da marquetagem, que dispensa a realidade, a tradução é mais simples. Nesse idioma, os tucanos esbofeteiam os pobres duas vezes. Nas casas, conspiram contra uma economia que levaria mais pão à mesa. Nas indústrias, tramam contra uma redução de custos que, no limite, vitaminaria o emprego.
Na última vez que o PSDB caiu numa emboscada parecida, Lula grudou nas plumas dos tucanos a pecha de inimigos do Bolsa Família. Uma macumba da qual os adversários ainda não se livraram totalmente. No caso das contas de luz, quando as aves conseguirem explicar que focinho de porco não é tomada, é possível que o curto-circuito já esteja consumado.

6 comentários:

  1. DEMO+ANJO

    Parece que o DEMO sempre vence o ANJO! Nesse caso não fugiu a regra o CAPETA matou um "ANJO" que mal conhecia as maldades do mundo dos adultos. Jovem que agia mais pelo impulso, do que pela consciência do que aquele monstro poderia fazer. Ademais, ele não fugiu a regra do "AMOR" possessivo, o qual tira a vida de uma criatura em nome do abstrato, haja vista que não sabemos o que é AMAR de verdade. Será que APRECIAR é respeitar o parceiro (a) nos seus desejos, sentimentos, música, religião, cores, lazer entre outros gostos, bem como entender que ninguém é dono de nada, muito menos do semelhante. Estamos aqui neste mistério apenas em trânsito, uma passagem que dura pouco, por isso cabe a cada um de nós aceitarmos o análogo, como também não querer impor aquilo que achamos melhor ou pior, a vida é uma questão de bom senso. Hoje nós gostamos do azul, amanhã desgostamos.

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  2. Sobre a renovação dos contratos com as empresas de geração de energia elétrica, as três empresas que não renovaram foram a Cesp, a Cemig e a Copel. Coincidência ou não trata-se das estatais dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná respectivamente, todos governados pelo PSDB. O PSDB nega, mas tá aí uma prova do quanto pior melhor. Ou seja, a velha estratégia de dificultar ao máximo a vida do governo federal apostando na piora econômica do país visando um ambiente adverso nas próximas eleições presidenciais. Bom o eleitor ser lembrado disso na época das eleições. Lembrar quem está a favor e quem está contra o povo brasileiro.

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  3. Luciano Pires05 dezembro, 2012

    Francamente...Marquetagem da Dilma brincando de rico contra pobre? Até onde eu sei, a medida para reduzir o valor da conta de energia não é só para pobres. Grandes indústrias tbm utilizam energia sabia não? Quando é que vcs jornalistas vão entender q a maioria ESMAGADORA do povo ñ é mais idiota e que ñ forma mais a sua opinião, a partir do que vocês escrevem e querem que acreditemos?

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  4. Os governos tucanos trabalham para proteger os investidores, os especuladores, Aécio não aceita baixar por que a ação da CEMIG terá forte queda na Bolsa, que seria uma trajédia para os investidores internacionais. Enquando isso Dilma Luta pela industria e pela população. Essa é a diferença e ponto!!!

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  5. Grande Josias, então a Dilma começou a guerra ??? Este problema é antigo e as operadoras querem manter o valor da remuneração mesmo após já terem amortizados os seus custos de construção. Quem começou a guerra por 2014 vc bem sabe, mesmo porque os mesmos estados que hoje fazem parte da oposição foram os mesmos que torpedearam a proposta de reforma tributária lá em 2003/2004.

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  6. Coitadinhos dos tucanos! Só porque eles são contras os pobres e a favor de um pequeno grupo de "eleitos" esse malvado do PT fica declarando isso a todos. Que indelicadeza: falara a verdade. Não se faz isso, mas sabe como são os ptralhas né? Rsrs......Psbd/dem/pps a caminho da extinção. Dinossauros privateiros deu seu tempo e suas artimanhas. Vica o governo popular, o primeiro desta nação!

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