Ruth Aquino - tirando a máscara
por Ruth de Aquino
Quem yem medo de Marina?
A clacinha branca de Gleise Hoffman
raquino@edglobo.com.br
Chantagear a presidente e impedir votações importantes não ajuda nem o Senado nem o país
Maconha: hora de legalizar?
RUTH DE AQUINO. COM MARTHA MENDONÇA, NELITO FERNANDES, WÁLTER NUNES E RAFAEL PEREIRA
Fumar maconha em casa e na rua deveria ser legal? Legal no sentido de lícito e aceito socialmente, como álcool e tabaco? O debate sobre a legalização do uso pessoal da maconha não é novo. Mas mudaram seus defensores. Agora, não são hippies nem pop stars. São três ex-presidentes latino-americanos, de cabelos brancos e ex-professores universitários, que encabeçam uma comissão de 17 especialistas e personalidades: o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, do Brasil, de 77 anos, e os economistas César Gaviria, da Colômbia, de 61 anos, e Ernesto Zedillo, do México, de 57 anos. Eles propõem que a política mundial de drogas seja revista. Começando pela maconha. Fumada em cigarros, conhecidos como “baseados”, ou inalada com cachimbos ou narguilés, a maconha é um entorpecente produzido a partir das plantas da espécie Cannabis sativa, cuja substância psicoativa – aquela que, na gíria, “dá barato” – se chama cientificamente tetraidrocanabinol, ou THC.
Na Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, reunida na semana passada no Rio de Janeiro, ninguém exalta as virtudes da erva, a não ser suas propriedades terapêuticas para uso medicinal. Os danos à saúde são reconhecidos. As conclusões da comissão seguem a lógica fria dos números e do mercado. Gastam-se bilhões de dólares por ano, mata-se, prende-se, mas o tráfico se sofistica, cria poderes paralelos e se infiltra na polícia e na política. O consumo aumenta em todas as classes sociais. Desde 1998, quando a ONU levantou sua bandeira de “um mundo livre de drogas” – hoje considerada ingenuidade ou equívoco –, mais que triplicou o consumo de maconha e cocaína na América Latina.
Em março, uma reunião ministerial na Áustria discutirá a política de combate às drogas na última década. Espera-se que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, modifique a posição conservadora histórica dos Estados Unidos. A questão racial pode influir, já que, na população carcerária americana, há seis vezes mais negros que brancos. Os EUA gastam US$ 35 bilhões por ano na repressão e, em pouco mais de 30 anos, o número de presos por envolvimento com drogas decuplicou: de 50 mil, passou a meio milhão. A cada quatro prisões no país, uma tem relação com drogas. No site da Casa Branca, Obama se dispõe a apoiar a distribuição gratuita de seringas para proteger os viciados de contaminação por aids. Alguns países já adotam essa política de “redução de danos”, mas, para os EUA, o cumprimento dessa promessa da campanha eleitoral representa uma mudança significativa.
A Colômbia, sede de cartéis do narcotráfico, foi nos últimos anos um laboratório da política de repressão. O ex-presidente Gaviria afirmou, no Rio, que seu país fez de tudo, tentou tudo, até violou direitos humanos na busca de acabar com o tráfico. Mesmo com a extradição ou o extermínio de poderosos chefões, mesmo com o investimento de US$ 6 bilhões dos Estados Unidos no Plano Colômbia, a área de cultivo de coca na região andina permanece com 200 mil hectares. “Não houve efeito no tráfico para os EUA”, diz Gaviria.
Há 200 milhões de usuários regulares de drogas no mundo. Desses, 160 milhões fumam maconha. A erva é antiga – seus registros na China datam de 2723 a.C. –, mas apenas em 1960 a ONU recomendou sua proibição em todo o mundo. O mercado global de drogas ilegais é estimado em US$ 322 bilhões. Está nas mãos de cartéis ou de quadrilhas de bandidos. Outras drogas, como o tabaco e o álcool, matam bem mais que a maconha, mas são lícitas. Seus fabricantes pagam impostos altíssimos. O comércio é regulado e controla-se a qualidade. Crescem entre estudiosos duas convicções. Primeira: fracassou a política de proibição e repressão policial às drogas. Segunda: somente a autorregulação, com base em prevenção e campanhas de saúde pública, pode reduzir o consumo de substâncias que alteram a consciência. Liderada pelos ex-presidentes, a comissão defende a descriminalização do uso pessoal da maconha em todos os países. “Temos de começar por algum lugar”, diz FHC. “A maconha, além de ser a droga menos danosa ao organismo, é a mais consumida. Seria leviano incluir drogas mais pesadas, como a cocaína, nessa proposta”.
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MARINA – A NAMORADINHA DO PIG
Só que essa posição midiática partidária extrapola qualquer limite de razoabilidade.
Não é algo que possa ser chamado de natural. Porque não é.
Principalmente porque não há como não relacionar um tucano à desfigurada figura daquele senhor de orelhas e gengivas avantajadas que (des)governa São Paulo.
O factóide tem um período de vida determinado. O PIG o planta e faz nascer. Se crescer, florescer e der muitos frutos, é lucro para o PIG.
O factóide do PIG em evidência hoje chama-se Marina Silva.
A senadora do PT é candidata pelo PV para presidente em 2010. A Globo já a convenceu. Tanto é que a revista Época de 15.08, diz com a autoridade de quem determina ou manda na Marina: “Sim, ela é candidata.”
Marina Silva é capa da Época. Ela é a nova namoradinha do PIG.
Marina Silva se encantou com a ideia de ser presidente do Brasil.
Época até faz uma comparação dela com Lula. Ambos são retirantes, foram pobres, analfabetos... numa forçosa e gratuita demonstração de importância atribuída à Marina e a sua possível candidatura.
É explícita, além de nojenta e asquerosa, a proposta da revista de colocar Marina contra o PT e Lula.
De repente Marina se tornou a maior e mais brilhante ambientalista brasileira, quiçá, do mundo.
Marina Silva é a maior descoberta do PIG para fazer ruir os planos de Lula, que é o de eleger Dilma Rousseff sua sucessora.
A revista dos marinhos diz com ar de estardalhaço:
“Como a candidatura de Marina Silva – a ambientalista admirada por sua biografia e temida por suas ideias radicais – embaralha o jogo eleitoral de 2010.”
Embaralhar para o PIG é não deixar Dilma ganhar no primeiro turno e levar o páreo para o segundo, onde supõe, ela enfrentará José Serra – a quem tão bem representa.
Agora, amigos, se vocês querem sentir um forte mal-estar e ver o que é parcialidade e opção partidária sem entrelinhas, basta que leiam (mas não comprem a revista, não vale a pena) a pseuda coluna da Ruth de Aquino, diretora da sucursal de Época no Rio de Janeiro.
Irônica e debochada ela mais parece escrever uma carta ao Arthur Virgílio e ao Zé Agripino.
Deixo com vocês a opção dessa aventura.
Esperam que resistam.